Um olhar sobre a dignidade na relação da ética e o abuso do homem sobre os animais
Projeto acompanhado por Viviana Furlan*
O dia da
solidariedade já é “figura carimbada” nas escolas, então por que não aproveitar
esse espaço de tamanho potencial para promover essas tão esperadas ideias
solidárias para além? Que tal quando estas podem vir a ser de total
espontaneidade criacionista às mentes e vontades de nossos estudantes? Pois ao
deixar de lado atividades de ações pré-programadas, o PIBID/Filosofia-UCS neste
projeto filosófico-solidário permitiu além dos embasamentos teóricos, um
momento de aplicação prática voluntária dos conceitos vivenciados nos grandes
grupos e compartilhados após nas oito turmas de ensino médio pelo diálogo e
projeção autônoma e democrática de seus integrantes.
Aqui veremos
como foi o acompanhamento da construção dessa prática solidária fiel e
representativa a turma 202 da Escola São Caetano. Como madrinha eleita para participar
e orientar as produções deste grupo, relembramos nossos referenciais formulados
em conjunto na distinção de solidariedade e caridade, iniciando após um debate
elencando pontos necessários de atenção em sua própria comunidade. Nesta
conversa aberta e analítica de problemas comuns a todos surgiram mais ideias do
que se esperava inicialmente, desde arranjos para melhorias na escola, passando
por visitas a entidades para animar doentes, idosos, órfãos, crianças carentes,
etc... Mas a eliminação seja por
dificuldades, afinidades, acessibilidade ou custos (que diminuiriam o alcance da
intervenção), deixou-nos com apenas duas opções restantes de força maior: dignidade
aos animais ou doação de sangue.
A escolha foi
difícil, mas unanime no final a questão de como promover o bem estar aos
animais. A partir desta iniciativa, os que estavam presente no sábado ficaram
encarregados de levar tal esboço de projeto a toda sua turma, começando a preenchê-lo
com possibilidades de ações frente às demandas numeradas por eles mesmos. Entre
elas, nossos jovens apontaram muitos caminhos, entre eles a importância de
demarcar e tentar diminuir os maus tratos e abandonos na sua comunidade com
denúncias e orientações, além de buscar amparo à instituição SOAMA para uma
ação conjunta ao longo do ano e assim também reforçar positivamente o ambiente
de acolhimento destes animais referidos.
Os primeiros
passos já foram dados, a turma já estabeleceu laços comunicativos com a SOAMA
procurando analisar em quais necessidades podem vir a intervir. Deste contato
foi agendada uma intervenção na Festa Junina da escola com a assunção da
responsabilidade sobre a montagem de um ponto de venda de materiais da
instituição coordenada a fim de arrecadar fundos para melhorias e sustento do
local. Também já estão movidos ainda neste primeiro semestre à arrecadação de
cobertores e tecidos para aquecer o inverno do maior número possível de animais
abandonados que conseguirem doando diretamente a essa mesma instituição que
será sede de suas ações futuras.
Para o
segundo semestre já está agendada arrecadações de alimentos e outros produtos
que sejam listados pela SOAMA, além da criação de alguma forma de orientação
frente ao processo de castrações gratuitas para divulgação e possível forma de
prevenção ao controle ou aumento de animais abandonados nas ruas do seu bairro.
Também está
sendo estudada uma futura possibilidade de abertura ao compartilhamento de
informações e temas que levaram a fundamentação do projeto, como por exemplo, a
criação de alguma página no Facebook para que eles alimentem com informações
sobre a ética e os animais, a preocupação com maus tratos não somente em
animais domésticos, mas selvagens ou de abate, além de ter um espaço para
divulgar oportunidades desses auxílios à comunidade geral para impulsionar
doações e prevenções em conjunto com a SOAMA.
O importante
é observar, além da iniciativa, a autonomia em que o grupo em cooperação e
diálogo foi projetando elementos à construção deste esboço para a prática,
assumindo nestas ações voluntariedade total, pois apesar de aberta a uma participação
isenta de qualquer obrigatoriedade, toda a turma está engajada e em compromisso
com a causa, livre de coações avaliativas que eles mesmos renegaram junto a exposições
sensacionalistas.
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