sábado, 20 de dezembro de 2014

Segunda oficina de enceramento do ano letivo de 2014 - A escola de Oz


A escola de Oz
         O PIBID Filosofia da UCS está fechando as atividades escolares de 2014. Para finalizar o ano letivo no São Caetano, os alunos entraram em um ciclone, levados a um mundo de muita reflexão, descontração e aprendizagem.
A oficina realizada no segundo dia (12/12/2014) foi coordenada pelo Lucas (Poderoso Oz), auxiliaram nos grupos Viviana, Rodrigo, Cecília, Matheus e Ricardo (“Dorothys”). A professora Tenisa (a bruxa: Glinda – do norte, a boa; ou a malvada do Leste, ou má do Oeste? A decidir...) também acompanhou a atividade.

Neste dia nossas mentes se voltaram para a conhecida obra de Lyman Frank Bauman criador de “O mágico de Oz”. Sim, através dessa literatura escrita a mais de cem anos – onde a trajetória de uma menina de doze anos, Dorothy Gale, que vive com a sua família em uma fazenda no Kansas. Após ter sido golpeda na cabeça e perder os sentidos no momento em que um tornado levanta sua casa para o céu, ela e seu cão Toto (ou Chowchow, ouvi na leitura no dia) acordam na terra mágica de Oz. Lá a Bruxa Boa do Norte aconselha Dorothy a seguir a estrada de tijolos amarelos para encontrar a Cidade de Esmeralda onde habita o Mágico de Oz que lhe ajudará a retornar a Kansas. No caminho encontra o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão que se reúnem na esperança de conseguirem o que acha que lhes falta – respectivamente um cérebro, um coração e coragem. Tudo isso enfrentando a Bruxa Má do Oeste que quer os sapatos de cristal mágicos de Dorothy dados pela Bruxa Boa. 


E assim começou nossa estrada de tijolos amarelos (caminho que Dorothy percorre). Em sala, um número significativo (em torno de cinquenta alunos aderiram livremente a oficina). Nos utilizando dos personagens que aparecem ao longo da história como analogia a três visões filosóficas de reconstrução, trazendo teorias de Descartes para o espantalho que venera a racionalidade, Nietzsche para o homem de lata que quer ter um coração e Sartre em relação ao Leão - que procura a coragem.
            Assim que foram divididos os grupos, por livre iniciativa, e com o auxilio dos/das “Dorothys” (pibidianos), lia-se cada perfil em grupo e se discutia  a relação do personagem com o filósofo/teoria para argumentar em seguida no grande grupo. Assim tivemos:
            No grupo representando o Espantalho argumentaram sobre a busca por um “cérebro” para tornar-se um humano. Ele tinha orgulho, pois se sentia útil, garantindo a colheita, até que um corvo pousa em seu ombro e diz que ele não é um homem. Nesse sentido para eles o mais importante para um indivíduo é ter um cérebro, que raciocina e que decide o que é melhor ponderando eticamente, do que um coração que pode fazer escolhas tendenciosas, embasadas por sentimentos (ternura, raiva).
            Contaram também com o auxilio de dos argumentos de Descartes e sua famosa frase “Cogito ergo Sun” (Penso logo existo). 

Na sequência, os homens de Lata, que buscam um coração: Na história ele era um apaixonado que se declara (em off, “não tenho carro, não tenho teto e se ficar comigo é por que gosta”), todavia sua amada lança um SQN (só que não - gíria) - ela queria uma casa. Dessa forma foi ele fazer o que sabia, cortar árvores, porém por causa de um feitiço em seu machado (pela bruxa do Leste), a cada vez ele era mutilado – primeiro a perna trocada no ferreiro por uma de lata, também com outras partes...até perder o coração (e assim o amor pela garota).  A metáfora foi apresentada com uma pequena esquete; as reflexões foram além do obvio e perguntas do tipo: Por que não parou de trabalhar? Era necessário tudo isso? Ele perdeu o amor, por amor? Feita alusão ao que acontece conosco, vamos nos tornando homens de lata; como no filme de Chaplin nos Tempos modernos, deixamos de ser de carne e osso e nos tornamos uma engrenagem.  Com a reflexão de Nietzsche – “Repara que o outono é mais estação da alma do que da natureza”.
Por fim o grupo maior, do Leão, que busca a coragem. Sempre tentando fugir da responsabilidade de escolher, de se posicionar frente a uma situação. Filosoficamente ter coragem é a realização livre e autentica de uma vontade, estando seguro de si, fazendo algo assumindo seus riscos por completo.
Embasados com o auxilio de Sartre - "O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós." 

A oficina foi muito interessante, sem dúvidas a sensibilização com o Mágico de Oz, história próxima, conhecida e fácil, que abre um leque de questionamentos e metáforas que podem ser pensados de modo racional e ético. A conclusão dos grupos e no geral foi que não adianta ter apenas um cérebro, ou coração, ou coragem - a busca ao fim da estrada amarela - na reconstrução de nós mesmos - é que é preciso um pouco de cada uma dessas qualidades, ou seja a razão, a emoção e a liberdade. A exemplo de algo já discutido em outro momento (acerca do escolher, decidir e agir):
Como escolher de forma sábia?
Como decidir de modo que não me arrependa depois?
Como agir na vida pessoal e social?

         Sugestão de filmes e a comparação, de:
-  O mágico de OZ; 1939.


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