As
relações sociais produzem diversas tipologias de saber, de poder. Historicamente
verificou-se que isso tanto emancipou quanto assujeitou as pessoas. Entender,
perceber, compreender o ambiente em que se vive são prerrogativas essenciais
para quem deseja não ser fantoche em meio as relações de poder que permeiam a
sociedade. Para tanto, o sujeito determina sua verdade, seu sentido, não há uma mística
pré-vida que determine sua existência, há sim influências, porém, cabe a ele
deliberar de acordo com as suas potencialidades o que quer fazer de si enquanto
alguém ético, moral. Tomar cuidados consigo durante a constituição de si próprio,
e, por isso entendemos o decurso da vida, é uma forma de se conhecer, de
produzir saberes. Nesse sentido somente o ser que cuida de si pode verdadeiramente cuidar do outro. Ressaltando que as instituições sociais podem engessar as
ações, porém quem jamais tentou transformar a si de acordo com as suas singularidades dificilmente
fará isso com a sociedade.
Se
o poder funciona muito bem na sociedade e todos o querem é porque ele não se
forma de maneira isolada e polarizada, mas se desenvolve em vários níveis e gradações. Atualmente, é muito difícil identificar
apenas uma instância detentora do mesmo, outrossim, existem grupos ou pessoas
que detém mais ou menos poder de acordo com o contexto. Em todo caso, é
necessário indagar como se dá a produção da subjetividade nessas relações de poder? Qual a importância dos cuidados consigo? É possível cuidar de si sem ser egoísta? Em última instância poderíamos questionar qual o valor da vida humana e sua "finalidade", se o cuidado de si ou a ganância visando dominar o outro e acumular coisas?
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