A imortalidade da atividade intelectual
Uma manhã se mostrou pouca para o debate dos assuntos além
da elaboração de uma apresentação teatral. Em um desses grupos, 20 estudantes
debateram sobre a finitude humana. E questionaram-se: O que eu deixarei para o
mundo quando eu não estiver mais aqui? Essa é uma questão que nos remete a
ideia de como o homem pode imortalizar-se no mundo!
Com direito a desenhos feitos à mão, música e ao pensamento
de Heidegger, os filósofos de plantão questionaram-se sobre suas existências e
o peso que a morte, como uma possibilidade a ser alcançada, tem em suas vidas.
Na voz de Raul Seixas, foi apresentada a música “Canto para minha morte”, como
meio de demonstrar a individualidade, imparcialidade e impessoalidade do fim,
agregando assim, mais problematizações às discussões.
Sobre este tema tão polêmico, enveredou-se uma calorosa
discussão acerca do suicídio, remetendo um “adiantar” o fim deste “ser para a
morte” heideggeriano. Alguns ficaram divididos entre a possibilidade de aceitar
o suicídio como uma forma de concretizar o ser-de-projetos que é o homem e
deste modo, o direito individual de retirar a própria vida e a atitude covarde
do suicídio, onde o indivíduo busca o não ser, pondo fim a sua angústia enquanto
uma alternativa de renúncia à uma vida aparentemente vazia a seus olhos, digo
aparentemente pois o suicida em potencial, vê apenas um ponto, prendendo-se a
ele e não percebendo o quão amplo é o horizonte de possibilidades do ser-aí
como ser-de-projetos.
Após as discussões elaborou-se uma apresentação teatral que
vislumbra a impessoalidade da morte. O palco tornou-se pequeno para tantos
corpos e ao som de Titãs com a música “cadáver sobre cadáver”, a “morte” ceifou
muitas vidas restando, ao final, apenas a imortalidade da construção
intelectual na forma de uma poesia de Augusto dos Anjos – Psicologia de um
Vencido.
Diante de tantas discussões e de um assunto tão delicado,
fica a pergunta: E você, o que fez em sua existência para imortalizar-se no
mundo?
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