sábado, 18 de junho de 2016

Viagem a Delfos - Um RPG na Grécia Antiga





Olá pessoal! Nessa semana o PIBID filosofia vai jogar um jogo com vocês. 




Iremos voltar para os tempos da Grécia Antiga e viver uma aventura cheia de tramas bem atuais. Nossa história vai começar com 5 personagens bem distintos entre si, saindo em uma viagem sem precedentes. Um escravo, uma mulher espartana, um cidadão ateniense, um sábio grego e, é claro, Sócrates formam o nosso grupo que viajará até Delfos. Cada um com sua motivação própria, os personagens terão que argumentar e mostrar seus conhecimentos para concluir cada etapa da viagem. É claro, cada personagem será jogado por um grupo de alunos do São Caetano! 

Os argumentos e as escolhas ficam por conta de vocês. O jogo acontece da seguinte maneira: o Mestre (membro do PIBID) irá narrar a história que criamos onde o grupo de aventureiros se encontra. Tudo acontece no "mundo das ideias", então o que vale é ter uma boa imaginação. Os alunos, interpretando os personagens, irão ter que argumentar e demonstrar que conhecem como seu personagem agiria e que tem conhecimento de diversos assuntos sobre a Grécia Antiga (Filosofia, História, Geografia, etc). Os grupos e seus respectivos personagens serão sorteados logo no início do jogo, então é bom estarem preparados para interpretar todos e qualquer um!
Estamos disponibilizando um pequeno texto com as principais características de cada personagem para que possam se preparar.




Diómedes, o escravo leal e habilidoso da família de Platão

Diómedes era um jovem de 16 anos, escravo que por natureza. Nasceu em Atenas herdando tal posição e ofício de seu pai, o Trácio e hábil artesão Fúrios. Desde pequeno seu pai o iludia contando-lhe um segredo. Brincava que descendiam diretamente dos grandes guerreiros trácios. Aqueles que sucumbiram na lendária batalha de Tróia. E assim, ficaram desde aquele tempo remoto servindo de geração em geração a grandes nobres atenienses, passando por Solon e hoje, encarregados pela “casa” de Platão.
Na real, a verdade mesmo não se sabe. Especula-se que seu bisavô fora comprado numa das feiras anuais de escravos que passara por Atenas. Algum ancestral de Platão se encantara com a ‘propaganda’ feita pelos vendedores sobre suas produções e habilidades artesanais, tão peculiares de seu povo. Entre elas, destacava-se um fato mais raro, ele sabia ler. Este foi um dos dotes mais explorados em sua vida de serventias, assim como fora na época de seu pai, avô e bisavô. Eis aqui o apreço especial do aristrocata Platão pelo escravo Diómedes, já que frequentemente o tomava como leitor quando necessário aos seus estudos filosóficos.
Porém, na maior parte do tempo acaba mesmo auxiliando em grandiosas construções de templos, produzindo esculturas, vasos e outros acessórios, ou ainda nos afazeres da casa. Fascinado pela história de Tróia e seus heróis, fantasiava desde criança em obter liberdade e bravura. Adorava a divindade de Orfeu, crença advinda de seu povo. Acreditava ingenuamente que seu ancestral só sobreviveu àquela guerra salvo como escravo de uma família tão nobre por causa da proteção e vontade de seu deus.
 Na casa de Platão era bem tratado e por isso não guardava rancor por seus ‘senhores’ dando continuidade ao excelente serviço de seu pai e avôs. Sempre que lhe era permitido vendia alguns de seus artesanatos guardando moedas na esperança de um dia comprar a liberdade. Hoje, encontra-se como companheiro leal e bom de viagem do grande Sócrates. Segue então rumo ao Oráculo, encarregado de protegê-lo a pedido de seu senhor Platão, mesmo com Sócrates não concordando muito com este desejo de seu mestre e achando desnecessário tal excesso de preocupação. 

Dione, a mulher espartana

Uma forte mulher de 33 anos com grande habilidade na arte do arco e flecha, de porte atlético deixa seu filho de três anos sob os cuidados de sua irmã e com grande esperança parte em busca de respostas.
Dione uma mulher que como a maioria das espartanas condicionadas pela cultura de sua pólis a demonstrar um coração enrijecido, na verdade esconde uma personalidade extremamente sensível. Inconformada com o desaparecimento de seus dois filhos mais velhos que brutalmente foram levados precocemente á guerra do Peloponeso, viaja ao encontro do óraculo, pois deseja encontrar seus filhos vivos ou mortos. Está determinada a não medir esforços para ao menos sepultar seus filhos com dignidade.

Neomedes, o cidadão de Atenas

Neomedes é um jovem de 22 anos, nascido em Atenas, filho de mãe e pai atenienses, recebeu uma educação formal e de alta qualidade. É dono de uma grande quantidade de terras em Atenas e seus aos redores, plantando principalmente azeitona. Graças a essas características (ser homem, livre, filho de atenienses e dono de terras) ele é um cidadão ateniense e, já que isto lhe dá direitos mais amplos na pólis, se interessa bastante por política e pelas discussões nas ágoras.
Este cidadão conta com escravos que trabalham para ele na plantação, cuidam da casa e, até mesmo, fazem a leitura de textos que lhe interessa. Acredita que os escravos e todos os não cidadãos residentes de Atenas são, de alguma forma, inferiores aos cidadãos. Dado que nasceu de país atenienses e sempre teve uma maioria liberdade dentro da pólis, Neomedes é um cidadão regular em Atenas, ou seja, os homens livres que lá vivem, geralmente, têm as mesmas características que Neomedes.
Neomedes, graças a acontecimentos recentes, está muito preocupado com a sua plantação, assim como com suas terras nos aos redores de Atenas. Como um cidadão culto e dono de terras, conhece muito bem as histórias sobre Delfos e os sábios lá que vivem. Para se preparar para as possíveis complicações do futuro, embarcou em uma viagem até Delfos, onde iria receber presságios dos deuses.

Solênides, um sábio na antiga Grécia

Solênides nasceu em berço nobre, porém, após a morte da mãe, sua família empobreceu com a má administração de posses do pai, que ao perder a mulher caiu em “vícios excessivamente dionisíacos”, como dizia o próprio Solênides quando garoto. Quase adulto, trabalhou como comerciante, e mesmo com esse cargo nunca deixou de dedicar-se à poesia. Depois de longa data e incontáveis experiências de trabalho, Solênides foi parar na liderança da milícia grega e saiu vitorioso de algumas batalhas decisivas para o crescimento e desenvolvimento de Atenas. Com demasiado êxito ainda nesse período de sua vida, alcançou o posto de arconte, podendo dessa forma ser autor das leis.
Devido a seu amplo conhecimento e sua sabedoria além de suas atuações como legislador, o “atual sábio”, como é conhecido, recebera da população ateniense poder absoluto sobre a cidade-estado de Atenas. É considerado pelo povo um dos mais importantes cidadãos e orgulha-se satisfeito de seu passado.
 Hoje, com algumas inquietações filosóficas, encontra-se a caminho do Oráculo de Delfos para tornar-se mais esclarecido sobre o que “deve ou não fazer” para aprimorar o atual governo ateniense.

Sócrates, o mítico (e feio) filósofo (suicida)

Nascido próximo a Atenas no ano de 469 a.C. era filho de uma parteira de nome Fainarete com um escultor chamado Sofronisco. Quando jovem, tentava ajudar seu pai na arte da escultura, porém sem sucesso, pois muitos zombavam dele por não conseguir trabalhar o mármore.
Se o oficio do pai não foi despertado em si, Sócrates descobriu na vocação da mãe a sua própria.  Assim como ela ajudava as mulheres a gerar algo novo, ele também ajudaria os homens a “parir” idéias.  Para tal intento, Sócrates utilizava um método criado por ele mesmo (método maiêutico) que consistia em perguntar sobre algo em discussão, conceituando-o e contradizendo-o a ponto de refutá-lo. Desse modo, demonstrou que muitos dos belos discursos pronunciados na época não passavam de palavras vazias e contraditórias. Desta forma, conquistou muitos inimigos poderosos.
Mesmo sendo irônico, não buscava humilhar os interlocutores, mas sim, procurava uma forma de colocá-los a par da verdade, deixando de lado as “doxas” (opiniões comuns que não possuem bases sólidas) e alcançando o conhecimento.
Foi casado com Xantipa e possuía uma vida amorosa conturbada. Brigavam muito e ela ficava histérica quando, sem mais nem menos, Sócrates parava tudo o que estava fazendo e ficava refletindo por horas acerca de questões que somente ele sabe de que se tratava.
Certa vez, tendo dialogado com grandes sábios chamados de “sofistas”, questionou-os de tal forma que eles não souberam responder-lhe. Deste modo descobriu uma verdade: “-Estes que são chamados de sábios, não o são, dado sua incapacidade de me explicar o que desconheço…” Desta feita, buscou ir até o oráculo de Delfos e questionar o próprio oráculo para descobrir quem é o mais sábio dos mortais, de modo que possa eliminar algumas dúvidas que insistem em lhe tirar o sono.




Um abraço a todos e que os jogos comecem!

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