A Filosofia da Diferença:
Alguns desafios à educação segundo Silvio Gallo
Por: Rodrigo Souza da Silva
No último dia 10 de abril
(sexta-feira) ocorreu um encontro entre a sociedade acadêmica em torno de um debate promovido pelo dr. Silvio
Donizetti de Oliveira Gallo que promoveu a discussão acerca dos desafios
que a atual educação enfrenta e a importância do Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) à formação nas escolas.
Influenciado por pensadores como
Nietzsche, Foucault, Derrida e Jacques Rancière, Gallo apresentou inicialmente
uma contextualização histórica do ensino e educação no país, bem como a ligação
da forma de educar com um meio de propor uma cidadania no qual chamou de
“Governamentalidade Democrática” (termo cunhado por Foucault). Seria uma
espécie de:
Remetendo a questões pertinentes
ao âmbito educacional, Gallo problematizou de que forma ocorre o processo de
transmissão dos saberes e a preparação dos professores para a docência que
acontece por meio de relações assimétricas bem como um encontro com o termo
proposto por Jacques Rancière em “O Mestre Ignorante”: uma “Sociedade Pedagogizada”.
Além disso, o mestre que muito
explica, detentor e transferidor de conhecimento, é aquele que “embrutece” seu
aluno. O professor, portanto, precisa ser um mediador, construindo um processo
educativo que faça mais sentido para os alunos, de modo que a sociedade está
sempre se alterando, promovendo novas tecnologias e a educação deve acompanhar
estas evoluções alcançando patamares educacionais por excelência capazes de emancipar
seus estudantes. Neste aspecto, Gallo nos remeteu à seguinte questão: “O que
significa aprender? ”
Prof. Marcelo Rossatto, à esquerda, Pró-Reitor Acadêmico da UCS, saudando o palestrante. À direita o Prof. Silvio Gallo. |
O aprender é um momento, um
acontecimento de passagem viva do não –saber ao saber. É o resultado do
encontro entre professor, signos e aprendiz. O ensinar é um jogo de emissão de
signos sem que tenhamos controle de que forma esses signos serão recebidos, nem
do que será feito com eles. E, neste processo ensino/ aprendizagem, o
importante é o percurso construído através de signos e interação do aprendiz, e
não o ponto de chegada deste aprendiz, que é algo que foge do domínio do professor.
Finalizando, diante deste
panorama, Silvio Gallo expôs que a academia deve formar profissionais que
transmitam os saberes produzidos pela área, formar para o processo criativo,
oportunizando os espaços vazios (espaços da ignorância de Rancière) à invenção
do novo.
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